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Deputada pede afastamento imediato de Ednaldo após suspeitas de falsificação

Presidente volta a enfrentar batalha jurídica três meses depois de homologação que garantia sua permanência no cargo. CBF diz que todo o acordo foi conduzido “dentro da legalidade”

06/05/2025 às 17h04 Atualizada em 06/05/2025 às 17h12
Por: Luan Dutra Fonte: Por Raphael Zarko da ge
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Ednaldo Rodrigues pode deixar a presidência da CBF — Foto: Joilson Marconne / CBF
Ednaldo Rodrigues pode deixar a presidência da CBF — Foto: Joilson Marconne / CBF

A deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, pediu na noite de segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF e a revisão do acordo homologado pelo tribunal em fevereiro deste ano que encerrava a ação questionando o processo eleitoral da entidade.

Consultada pelo ge, a CBF publicou nota às 14h40. No comunicado, "a CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado", diz um trecho da nota. Confira a íntegra mais abaixo.

A parlamentar e ex-ministra do Turismo baseia os argumentos de sua petição em laudo que atesta ser falsa a assinatura do Coronel Nunes no acordo firmado no início deste ano. Nunes é ex-presidente da entidade e foi vice de Ednaldo Rodrigues no último mandato.

Relator do caso, o ministro Gilmar Mendes, do STF, vai analisar a petição e os documentos dos autos.

Ednaldo Rodrigues pode deixar a presidência da CBF — Foto: Joilson Marconne / CBF

Ednaldo Rodrigues pode deixar a presidência da CBF — Foto: Joilson Marconne / CBF

Na petição ao STF realizada na última segunda, Daniela do Waguinho anexou um laudo que afirma que a assinatura de Nunes no acordo "não foi realizada de forma livre e consciente e sob plenas faculdades mentais” e “recaem dúvidas razoáveis acerca da autenticidade da assinatura", conforme informação publicada inicialmente pelo portal Léo Dias.

A petição cita ainda laudo assinado em 2023 por Jorge Pagura, chefe do departamento médico da CBF, afirmando que Nunes “não detinha condições físicas e cognitivas para expor seu aceite a qualquer condição que lhe fosse apresentada".

A deputada recorreu ao artigo 168 do Código Civil, que confere ao juiz poder para anular “negócio jurídico ou seus efeitos”, em referência ao acordo homologado em fevereiro.

A perícia que produziu o laudo anexado na petição foi encomendada pelo vereador Marcos Dias (Podemos-RJ). Ele também utilizou o documento em denúncia que enviou ao Ministério Público Estadual pedindo investigação do caso.

A autora da perícia é Jacqueline Tirotti, da Tirotti Perícias Judiciais e Avaliações. O escritório foi contestado em casos recentes, ao validar um vídeo usado para acusar o padre Júlio Lancelotti de pedofilia e ao afirmar ser verdadeira a assinatura da apresentadora Ana Hickmann em documento de dívida com o banco Daycoval. Lancelotti e Hickmann negam as acusações. A apresentadora afirmou que seu ex-marido, Alexandre Correa, havia falsificado a assinatura dela e garantiu que o laudo da perícia tinha "vários vícios em sua conclusão".

Julgamento marcado para o dia 28

O mérito no caso que volta à pauta no STF tem origem no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que a CBF firmou com o Ministério Público do Rio de Janeiro em 2017. Inicialmente, o MP havia entrado com uma Ação Civil Pública contra as mudanças do estatuto eleitoral da entidade, que davam menos poder aos clubes e mais às federações. Em março de 2022, MP e CBF firmaram um acordo para encerrar a ação. Nele, a entidade se comprometia a reformar seu estatuto.

Em fevereiro deste ano, com a homologação do acordo assinado pelos cinco dirigentes, incluindo o Coronel Nunes, Gilmar Mendes arquivou a ação. Porém, o ministro Flavio Dino, que pedira vista em outubro de 2024, informou que finalizou o exame do caso e devolveu os autos. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, marcou o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade para o dia 28 de maio.

Anexada no mesmo processo, a petição de Daniela do Waguinho pede o afastamento imediato por "fatos novos e de extrema relevância que demonstram a necessidade de reexame daquele pacto e de sua consequente homologação".

Ednaldo Rodrigues enfrenta nova batalha jurídica em momento no qual crescem as críticas à falta de um técnico para a seleção brasileira. O presidente da CBF demitiu Dorival Júnior em 28 de março e ainda não contratou um substituto.

A nota da CBF:

 

"A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais.

Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em assinatura constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao referido laudo pericial, supostamente asssinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.

A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado.

É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.

A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados."

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