Os desentendimentos entre LaLiga e Real Madrid já são notórios e antigos. O presidente do clube espanhol, Florentino Pérez, está rompido há anos com Javier Tebas, mandatário do Campeonato Espanhol. A relação, com várias rusgas, ganhou uma nova discussão nesta semana.
Isso porque o Real teve menos de três dias entre o jogo contra o Atlético de Madrid, pela Champions League, na última quarta-feira (12), até este sábado (15), quando venceu o Villarreal por 2 a 1, fora de casa.
Foram 66 horas entre as partidas, e o time blanco não conseguiu treinar — teve apenas um trabalho de recuperação de 50 minutos, segundo o jornal “Marca”.
Antes da partida de hoje, Ancelotti já tinha entrado no assunto pela primeira vez, ao reclamar: “Não entendo por que não se passaram três dias desde o último jogo, quando o mínimo é 72 horas”.
— Priorizam direitos televisivos e dinheiro, e a última coisa na mente de qualquer um é a recuperação dos jogadores — completou o técnico italiano.
Antes do jogo, a Real Madrid TV, já alvo de polêmicas por ser usada para criticar a arbitragem de LaLiga, reclamou da partida ser fora de casa e garantiu que o clube “nunca mais jogará sem 72 horas de descanso“. A razão é uma recomendação da Fifa para garantir a saúde dos jogadores com esse descanso mínimo entre os jogos.
Após a vitória sobre o Villarreal, Ancelotti garantiu que sua equipe não estará no estádio caso não seja respeitado o espaço de três dias inteiros.
— Hoje é a última vez que jogaremos uma partida com menos de 72 horas de descanso. Se isso acontecer de novo, o Real Madrid não estará lá. Pedimos à liga para mudar o horário do jogo duas vezes, e nada aconteceu, mas esta é a última vez — afirmou, reiterando com um categórico “não” ao ser perguntado se o Real realmente não apareceria se um jogo fosse organizado em um espaço de menos de três dias.
O Real soube dessa data há quase três semanas, em 25 de fevereiro, e, desde então, reclama, intensificando os protestos a partir da última sexta (14) e, como Ancelotti disse, pedindo em duas oportunidades para que o horário fosse alterado.
Já a organização do Campeonato Espanhol assegurou ao “Marca” que o clube de Florentino Pérez “não havia se pronunciado até hoje” sobre o pedido de mudança de horário.
Segundo o jornal catalão “Mundo Deportivo”, um juiz de competições da Real Federação Espanhol de Futebol (RFEF) negou que a partida entre Atlético de Madrid e Athletic Bilbao, pela Copa do Rei de 2024, fosse adiada por não respeitar o intervalo de 72 horas. O mesmo aconteceu na partida entre Girona e Rayo Vallecano.
— A Nona Disposição Geral [da RFEF] não fala de 72 horas, mas de 3 dias — justificou para negar o adiamento dos jogos.
A tendência é que essa história ainda perdure e renda ainda mais brigas e trocas de farpas entre o Real Madrid e LaLiga.
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