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Governo Milei prende 60 pessoas que lutam por direitos à aposentadoria

Aposentados, que fazem marcha semanal por melhores condições de salários, receberam apoio de torcedores de futebol. Governo minimizou protesto e atrelou participantes a movimentos de esquerda

13/03/2025 às 10h01
Por: Luan Dutra Fonte: g1
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Manifestação de torcedores e aposentados contra as políticas de ajuste do presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires, Argentina, 12 de março de 2025. — Foto: Reuters/Agustin Marcarian
Manifestação de torcedores e aposentados contra as políticas de ajuste do presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires, Argentina, 12 de março de 2025. — Foto: Reuters/Agustin Marcarian

Agentes de segurança da Argentina entraram em confronto com manifestantes durante um protesto de aposentados contra o governo de Javier Milei, na tarde desta quarta-feira (12), em Buenos Aires. Pelo menos 60 pessoas foram detidas, e seis policiais ficaram feridos.

Os aposentados reivindicam reajustes nas pensões e alegam que perderam poder de compra devido à inflação e às recentes medidas econômicas do governo. A mobilização, que ocorre semanalmente em frente ao Congresso, ganhou força com a adesão de torcedores de futebol organizados.

A presença de torcidas organizadas levou o Ministério da Segurança Nacional a endurecer medidas para conter possíveis conflitos. Em comunicado, o governo alertou que qualquer pessoa envolvida em atos violentos ou bloqueios de vias poderia ser detida.

O porta-voz do governo, Manuel Adorni, minimizou a manifestação, afirmando que se tratava de "uma marcha de barrabravas [torcedores organizados] seguramente de esquerda, com convocação baixa, muito baixa ou nula".

A confusão começou após os policiais iniciarem uma ação para desbloquear uma rua ocupada pelos manifestantes e montar um cordão para impedir o avanço para o Congresso, segundo o jornal Clarín.

Imagens mostraram participantes do protesto jogando objetos contra agentes de segurança, que reagiram com jatos de água e gás lacrimogêneo. Um carro da polícia foi incendiado.

Depois, o confronto avançou pelo Centro Histórico de Buenos Aires, chegando próximo à Casa Rosada, que é a sede do governo argentino.

Os protestos dos aposentados têm sido frequentes e marcados por repressão policial. Recentemente, torcidas organizadas anunciaram apoio às manifestações, o que ampliou o atrito com o governo Milei.

Em resposta, a administração argentina determinou que torcedores envolvidos em bloqueios de vias poderiam ser impedidos de entrar nos estádios de futebol.

Manifestação de torcedores e aposentados contra as políticas de ajuste do presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires, Argentina, 12 de março de 2025. — Foto: Reuters/Agustin Marcarian

Manifestação de torcedores e aposentados contra as políticas de ajuste do presidente argentino Javier Milei, em Buenos Aires, Argentina, 12 de março de 2025. — Foto: Reuters/Agustin Marcarian

 

Situação dos aposentados

 

Desde que assumiu o poder, Milei tem implementado uma política de austeridade nos gastos públicos. Em março do ano passado, o presidente publicou um decreto determinando que as aposentadorias fossem reajustadas mensalmente com base no dado mais recente da inflação.

Mesmo que os índices de inflação tenham recuado nos últimos meses, os aposentados reclamam que perderam poder de compra e estão com os salários defasados.

Eles também argumentam que, quando a nova fórmula de reajuste foi imposta, a moeda argentina já tinha sofrido uma desvalorização de 50%.

Além da mudança no reajuste dos salários, o governo também modificou o plano de saúde da seguridade social dos aposentados e restringiu a distribuição gratuita de medicamentos.

 

"Os aposentados estão vivendo o pior ataque às conquistas sociais. Nem com (o ex-presidente Maurício) Macri nem com outros foi pior", disse José Montes, um aposentado de 75 anos que participou do protesto desta quarta-feira em uma cadeira de rodas.

 

Em fevereiro, um aposentado recebeu o equivalente a cerca de R$ 1.800. Em Buenos Aires, o custo da cesta básica para um idoso — que inclui moradia, alimentação, medicamentos, entre outros — ultrapassa o dobro desse valor, segundo a Defensoria da Terceira Idade.

Torcedor usa máscara de Messi durante protesto de aposentados em Buenos Aires — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Torcedor usa máscara de Messi durante protesto de aposentados em Buenos Aires — Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

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