No calendário bíblico, o 13º dia do 12º mês é marcado por uma celebração histórica e profundamente simbólica: o Dia de Nicanor.
Essa data, descrita nos livros de I Macabeus e II Macabeus, comemora a vitória dos Macabeus sobre o general selêucida Nicanor, um triunfo que não apenas salvou o povo judeu da opressão, mas também reafirmou a fidelidade a Deus em meio à adversidade.
No século II a.C., a Terra de Israel estava sob o domínio do Império Selêucida, liderado por *Antíoco IV Epifânio.
Ele impôs uma política de helenização forçada, proibindo práticas religiosas judaicas, como a circuncisão, a observância do Shabat e a leitura da Torá.
O ápice dessa perseguição foi a profanação do Templo de Jerusalém, onde foi erguido um altar a Zeus e sacrificados animais impuros como o porco e diversos répteis.
Em resposta, surgiu a Revolta dos Macabeus, liderada por Yehuda Maccab (Judas Macabeu) e seus irmãos.
Eles organizaram uma resistência armada para defender a fidelidade a Yhwh e libertar o povo judeu da tirania selêucida.
Nicanor, um general selêucida, foi enviado para esmagar a rebelião dos Macabeus.
Ele era conhecido por sua crueldade e desprezo pelos judeus.
Em II Macabeus 15, Nicanor chega a ameaçar destruir o Templo de Jerusalém se Yehuda (Judas Macabeu) não se rendesse.
Ele até mesmo zombou dos sacerdotes, dizendo que ofereceria sacrifícios ao deus grego Dionísio no local sagrado.
No entanto, Yehuda (Judas Macabeu) e seus homens, embora em menor número, confiaram em Deus e travaram uma batalha decisiva contra Nicanor.
A Batalha de Hadassa, ocorrida no 13º dia do 12º mês do calendário bíblico, data em que, nos dias da rainha Hadassa (Esther) alguns séculos antes, os judeus já haviam vencido o antissemitismo no dia de Purim, resultou em uma vitória esmagadora dos Macabeus.
Nicanor foi morto em combate, e sua cabeça e mão direita foram cortadas e exibidas em Jerusalém como um sinal de triunfo e justiça divina.
A vitória sobre Nicanor foi mais do que uma conquista militar; foi um ato de fidelidade e resistência espiritual.
Ela simbolizou a proteção de Deus sobre Seu povo e a reafirmação da aliança entre Yhwh e Israel.
A derrota de Nicanor também marcou o início da restauração da independência judaica e a purificação do Templo, eventos celebrados até hoje durante o Chanucá.
O Dia de Nicanor foi instituído como uma festa anual para lembrar essa vitória milagrosa.
Em II Macabeus 15:36, está escrito:
“E estabeleceram que aquele dia fosse celebrado anualmente, no dia treze do décimo segundo mês, chamado em língua síria ‘Adar’, véspera do dia de Mardoqueu (Purim).”
No calendário bíblico, o 13º dia do 12º mês (Adar) é uma data móvel em relação ao calendário gregoriano.
Em 2025, essa celebração ocorrerá do pôr do sol de 12 de março até o pôr do sol de 13 de março.
Para os judeus e cristãos que seguem as tradições bíblicas, esse é um momento para refletir sobre a importância da fidelidade, da coragem e da confiança em Deus, mesmo diante de desafios
aparentemente insuperáveis.
O Dia de Nicanor nos lembra que a luta pela fidelidade e pela liberdade espiritual nunca são em vão.
Assim como os Macabeus confiaram em Deus e foram vitoriosos, nós também podemos enfrentar nossas batalhas com a certeza de que Ele está ao nosso lado.
A história de Nicanor nos ensina que o orgulho e a opressão serão derrotados, e que a justiça divina sempre prevalece.
Que essa data inspire-nos a tornar e permanecermos fiéis, corajosos e confiantes, celebrando não apenas uma vitória histórica, mas também a presença constante de Deus em nossas vidas.
Mín. 19° Máx. 26°