Após repercussão negativa e por não querer "causar transtornos", o homem que é acusado de ser o mandante e condenado por envolvimento no homicídio da ex-prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador, encaminhou ao Executivo de Mundo Novo um pedido de exoneração do cargo de fiscal da Vigilância Sanitária do município.
Longe cerca de 464 quilômetros de Campo Grande, J.M.S retornou à prefeitura de Mundo Novo, como acompanhou o Correio do Estado, cerca de 25 anos após assassinato da então chefe do Executivo, morta a tiros aos 36 anos.
O Governo do Mundo Novo publicou uma nota de esclarecimento, indicando a exoneração por solicitação onde, segundo nota, ele teria justificado a decisão "afirmando que não queria causar transtornos", expõe o texto.
Além disso, o esclarecimento relembra que a admissão ao cargo ocorreu na gestão anterior, portanto com aval do então prefeito Valdomiro Sobrinho, o que a atual prefeita justifica que "sempre teve uma visão humanitária voltada para a reintegração social de ex-detentos".
"A prefeita manifestou respeito aos familiares e amigos da ex-prefeita Dorcelina Folador e reafirmou seu compromisso com a legalidade e a transparência na gestão municipal. Rosária destacou que suas decisões são pautadas na legislação vigente, acima de qualquer juízo pessoal, garantindo a seriedade da administração pública de Mundo Novo", conclui o Executivo em nota.
Ao responder à Justiça e cumprir pena como mandante do "crime de pistolagem" que tirou a vida de Dorcelina Folador, ele não estava impedido legalmente para exercer o cargo ao qual foi contratado em 2024 por meio de um processo seletivo.
Entretanto, como frisa a nota de Mundo Novo, a repercussão da contratação nas redes sociais e na imprensa levaram à decisão própria do então servidor a pedir exoneração do cargo.
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"Desejava apenas a oportunidade de ressocialização e sobrevivência conforme estabelece a lei", complementa o município.
Filha de Dorcelina, Jéssica Folador veio à público através das redes sociais, dizendo entre desabafos que sua família sempre carregará o legado de "honestidade e luta da mãe".
Em janeiro de 1997, Dorcelina Folador assumiu o mandato à frente do Executivo Municipal de Mundo Novo. Entretanto, dois anos depois, no dia 30 de outubro de 1999, foi assassinada em um "crime de pistolagem".
Dorcelina foi alvejada a tiros na varanda de sua residência, aos 36 anos. A investigação apontou J.M.D.S. como mandante do crime. À época, ele confessou ter contratado o pistoleiro G.M. por R$ 35 mil para cometer o assassinato.
No dia 30 de outubro de 2024, o crime completou 25 anos.
Natural de Guaporema, no Paraná, Dorcelina nasceu em 27 de julho de 1963. Em 1976, mudou-se para Mundo Novo e iniciou sua militância na Pastoral da Juventude em 1980.
Em 1987, participou da fundação do Partido dos Trabalhadores e se candidatou a vereadora, sendo eleita prefeita posteriormente. Entre suas lutas, destaca-se a fundação da Associação Mundonovense dos Portadores de Deficiência Física (AMPDF).
Dorcelina era artista plástica e, em 1989, engajou-se no Movimento Sem Terra, chegando a compor a equipe de direção do movimento em Mato Grosso do Sul.
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