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Fazendeiros que colocaram fogo no Pantanal terão que pagar R$ 725 milhões em multa

Para cada ano de infração, a AGU cobra R$ 212 milhões.

27/01/2025 às 17h45
Por: Luan Dutra Fonte: Por Richelieu de Carlo do O Jacaré
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Foto: Divulgação/PF MS
Foto: Divulgação/PF MS

A Advocacia-Geral da União entrou com ação para cobrar R$ 725 milhões de três criadores de gado que causaram incêndios criminosos em uma área de 6.419,72 hectares no Pantanal de Corumbá e que impedem a regeneração do bioma. 

O processo é resultado da Operação Prometeu, deflagrada pela Polícia Federal em setembro do ano passado. Além da queimada ilegal, a PF confirmou o desmatamento e exploração ilegal de terras da União, e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) multou os responsáveis.

Na denúncia, a AGU enfatiza que o inquérito da PF concluiu que após intensas queimadas registradas entre os meses de junho e setembro de 2020 em uma gleba, que é terra devoluta da União em fase de procedimento arrecadatório pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), os réus instalaram duas fazendas no local dedicadas à pecuária, com aproximadamente 3 mil hectares cada uma, construindo estradas, currais e edificações para ocupação humana. 

 

Desde 2021, os acusados, que não tiveram os nomes revelados, vêm explorando economicamente a área por meio da pecuária e impedindo a regeneração do bioma. Em junho de 2024, uma operação do Ibama constatou ainda a continuidade das práticas de infrações ambientais.

Na ação civil pública, a AGU reúne laudos e fotografias que demonstram as infrações, inclusive com a utilização de motosserra e incêndios para derrubada de grandes árvores. 

A partir de cálculos da PF sobre os danos ambientais causados pelos réus, a Advocacia-Geral da União pede a indisponibilidade e o bloqueio de bens dos réus no total de R$ 212 milhões para cada ano de infração, até que deixem de impedir a regeneração do bioma nativo e promovam a regeneração da área. 

Somando o período já registrado de infração, o valor chega à R$ 725 milhões. A AGU pede também que os réus elaborem um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) em cada fazenda.

A ação é proposta no âmbito do AGU Enfrenta, que é o Grupo de Enfrentamento Estratégico aos Ilícitos e Crimes Ambientais, instituído em 2024, e resultado da articulação com a Polícia Federal e o Ibama.

Nova fase

O AGU Enfrenta busca promover a responsabilização civil, administrativa e criminal de condutas prejudiciais ao ecossistema, por meio de uma atuação integrada.

Integrante da Procuradoria Nacional de Clima e Meio Ambiente (Pronaclima), o advogado da União Felipe Cunha explica que essa ação judicial é resultado de uma nova fase. “O AGU Enfrenta inaugura uma nova forma de buscar a responsabilização de infratores ambientais porque, por meio da cooperação e articulação com outros órgãos (…), buscamos insumos para ter um acervo probatório melhor. E nesse caso, o principal insumo foi o inquérito policial fornecido pela PF, que tem um laudo robusto de quantificação dos danos e indícios de materialidade, somado à operação que o Ibama realizou na área”, explica.

O Consultor Jurídico adjunto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Tiago Cezar, comenta a iniciativa e da cooperação entre os órgãos. “O AGU Enfrenta é medida eficaz que utiliza elementos de prova colhidos em inquérito da Polícia Federal para atingir os infratores ambientais onde mais dói: no bolso. Ao combinar a força investigativa da Polícia Federal com as medidas ajuizadas, asseguraremos recursos para a reparação dos danos causados ao meio ambiente.”, ressalta.

O advogado da União Lucas Campos, da Procuradoria-Geral da União, ressalta a importância desta ação. “Esta ação judicial reforça o compromisso do Estado brasileiro com a preservação do meio ambiente e a punição de seus detratores. A Advocacia Geral da União possui papel de protagonismo neste enfrentamento”, conclui.

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