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Abusos da PM obriga Tarcísio a fazer recuo histórico sobre uso de câmeras

“Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão”, disse o ex-ministro de Bolsonaro, que chegou a prometer que acabaria com as câmeras corporais dos PMs na campanha eleitoral em 2022

05/12/2024 às 22h08 Atualizada em 05/12/2024 às 22h31
Por: Luan Dutra Fonte: Por Plinio Teodoro do Revista Fórum
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Tarcísio Gomes de Freitas em evento na sede da Rota, a divisão da polícia paulista criada para matar. Créditos: Pablo Jacob / Governo do Estado de SP
Tarcísio Gomes de Freitas em evento na sede da Rota, a divisão da polícia paulista criada para matar. Créditos: Pablo Jacob / Governo do Estado de SP

Preocupado com os efeitos eleitorais da crescente violência da Polícia Militar paulista, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) fez um recuo histórico sobre o uso de câmeras corporais pelos PMs nesta quinta-feira (5), ao visitar obras do metrô na zona Leste de São Paulo.

"Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão (das câmeras corporais). Eu tinha uma visão equivocada, fruto da experiência pretérita que eu tinha, que não tem nada a ver com a segurança pública", disse o governador, que é capitão da reserva do Exército e atuou na controversa missão brasileira no Haiti, entre 2005 e 2006, comandadas em parte pelo general Augusto Heleno.

"Hoje, eu estou absolutamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. Vamos não só manter o programa como ampliá-lo e tentar trazer o que tem de melhor em termos de tecnologia", emendou o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, quando disputava a eleição ao governo do Estado contra Fernando Haddad (PT), Tarcísio prometeu que acabaria com as câmeras corporais para conquistar a adesão das tropas e da ala mais radical do bolsonarismo no estado. Segundo Tarcísio, o equipamento colocariam PMs em "desvantagem em relação ao bandido".

 

Impacto eleitoral

A declaração do governador, feita à rádio CBN, do grupo Globo, acontece em meio ao acordo feito com Ciro Nogueira, presidente do PP e também ex-ministro de Bolsonaro, que impede que o secretário de segurança pública, "capitão" Guilherme Derrite, seja demitido.

Derrite é responsável por incitar e acobertar a violência policial, que resultou nos números catastróficos. No total, 1 em cada 4 assassinatos registrados no Estado são cometidos pela PM, que coleciona casos de agressões e violência sem punição.

Na própria polícia, o aumento das abordagens violentas é creditada ao "capitão" Derrite, um dos bolsonaristas mais radicais, que incita a violência, especialmente contra a população negra periférica, e blinda PMs que a cometem.

Mesmo assim, Tarcísio Gomes de Freitas não vai demitir o secretário por causa das eleições de 2026.

O governador paulista é a principal aposta de uma "frente ampla" que une sistema financeiro, mídia liberal e centrão para ser o candidato da terceira via anti-Lula no pleito presidencial.

Tarcísio, no entanto, ainda não decidiu se deve trocar uma quase certa reeleição ao governo do Estado pela provável derrota na disputa presidencial contra Lula.

No entanto, o governador paulista já teria feito um acordo com Ciro Nogueira.

Cacique do Centrão, Nogueira se encontrou com Derrite na terça-feira (3) e, em seguida, lançou o nome do chefe da PM paulista ao governo do Estado.

"Ele é nosso candidato a governador de São Paulo", caso Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) "decida disputar a eleição presidencial", afirmou à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

"Se Tarcísio disputar a reeleição ao governo, Derrite será então o nosso candidato ao Senado", emendou, sobre o acordo firmado com o ex-colega de ministério na gestão Bolsonaro.

Em relação ao recorrentes casos de violência, Nogueira diz que "as imagens chocam. Temos que condenar. Mas são fatos isolados".

"Só temos que aplaudir Derrite por seu trabalho. Ele tem nosso apoio, confiança e admiração. Estamos no projeto político dele", emendou.

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