O Irã realizou um ataque com mísseis contra Israel nesta terça-feira (1°). Relatos iniciais indicam que a ofensiva inclui mísseis balísticos.
Segundo os militares de Israel, alguns projéteis causaram impacto direto no sul e centro do país, mas não houve feridos até o momento.
Os artefatos demoram em média cerca de 20 minutos para chegar ao território israelense, saindo o Irã.
Segundo a agência de notícias semioficial iraniana Tasnim, citando o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), o Irã disse que atacou Israel em resposta ao assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
“Em resposta ao martírio do Mártir [Ismail] Haniyeh [chefe político do Hamas], Seyed Hassan Nasrallah [chefe do Hezbollah] e Mártir Nilfroshan [um comandante sênior do IRGC], atacamos o coração dos territórios ocupados”, afirmou.
“Se o regime sionista reagir às operações do Irã, enfrentará ataques esmagadores”, destacou o IRGC, de acordo com a Tasnim.
As equipes da CNN em Israel, Jerusalém e Haifa contaram dezenas de mísseis voando sobre eles. Vários foram interceptados, mas não está claro quantos.
A equipe do correspondente da CNN, Alex Marquardt, e produtores tiveram que deixar o telhado onde fazia a transmissão ao vivo por causa do risco à segurança.
Sirenes também tocam em diferentes partes do país. Ainda não está claro se algum projétil causou danos.
Em meio ao bombardeio, a agência estatal do Iraque disse que o país fechou o espaço aéreo.
A estimativa inicial do Exército israelense é que o Irã disparou 180 “projéteis” contra Israel.
“Neste momento, entendemos que foram aproximadamente 180 projéteis”, disse um porta-voz das Forças de Defesa de Israel à CNN.
“Mas isso não é definitivo, e (é) uma estimativa inicial”, adicionou.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel Daniel Hagari pontuou que o ataque iraniano terá consequências.
“Temos planos e operaremos no local e na hora que decidirmos”, adicionou.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) disse que teve como alvo três bases militares israelenses ao redor de Tel Aviv durante a onda de mísseis, de acordo com o meio de comunicação semioficial iraniano Mehr News.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que o ataque com mísseis contra Israel foi em defesa dos interesses e dos cidadãos do Irã. Ele também comentou no X que a operação foi “apenas uma parte do nosso poder”.
A Missão Iraniana na ONU afirmou, por sua vez, que a resposta de Teerã “foi devidamente executada”, ao se referir sobre o ataque com mísseis lançado contra Israel.
“A resposta legal, racional e legítima do Irã aos atos terroristas do regime sionista — que envolveu alvejar cidadãos e interesses iranianos e infringir a soberania nacional da República Islâmica do Irã — foi devidamente executada”, afirmou a representação iraniana em uma publicação no X.
A missão disse que se Israel “ousar responder ou cometer mais atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora ocorrerá”.
O correspondente da CNN Brasil em Israel, Michel Gawendo, se abrigou na cidade de Tel Aviv durante ataque do Irã. Era possível ouvir as sirenes alertando para um ataque aéreo.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram que as sirenes soaram em Tel Aviv, colocando a população em alerta máximo.
Durante ataque, Michel Gawendo se dirigiu a um estacionamento, que serve como um lugar seguro. A orientação é permanecer por pelo menos 10 minutos no local.
A equipe da CNN na capital libanesa, Beirute, ouviu tiros de comemoração e fogos de artifício nesta terça-feira (1°) à noite, enquanto se espalhava a notícia do ataque de mísseis do Irã contra Israel.
Enquanto isso, do outro lado de Israel, vídeos feitos por um correspondente da CNN na Faixa de Gaza registraram aplausos enquanto foguetes iranianos iam em direção a Israel.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, classificou o ataque com mísseis do Irã contra Israel como “totalmente inaceitável” e acrescentou que “o mundo inteiro deveria condená-lo”.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, condenou, sob os “termos mais fortes possíveis”, a investida, dizendo que o Irã deve parar o ataque imediatamente.
O gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido, por sua vez, publicou uma nota dizendo condenar “completamente” as ações do Irã e apelou por uma desescalada na região.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou a “ampliação do conflito no Oriente Médio, com escalada após escalada”.
O Hamas celebrou ataque do Irã contra Israel, dizendo que ele vingou as mortes do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e de Abbas Nilforoushan.
“Afirmamos que esta resposta iraniana honrosa é uma mensagem forte ao inimigo sionista e seu governo fascista, no caminho para dissuadi-los e conter seu terrorismo, pois seus crimes, arrogância e violações de leis internacionais e normas humanitárias excederam todos os limites”, pontuou o Hamas em uma declaração.
Navios da Marinha dos Estados Unidos localizados no Mar Mediterrâneo interceptaram mísseis balísticos do Irã nesta terça-feira (1°), de acordo com oficial da defesa dos EUA.
Atualmente, os EUA têm três destróieres de mísseis guiados operando no Mediterrâneo Oriental. São eles: USS Arleigh Burke, USS Cole e USS Bulkeley.
Bases dos Estados Unidos no Iraque e na região serão alvos se o país se juntar a qualquer resposta contra o Irã ou se Israel usar o espaço aéreo iraquiano contra Teerã, disseram grupos armados iraquianos apoiados pelo Irã.
O ataque do Irã contra Israel acontece em meio à guerra entre o Exército israelense e o Hezbollah, grupo paramilitar libanês apoiado pelo governo iraniano.
A ofensiva ocorre um dia após o Exército de Israel iniciar uma “operação terrestre limitada” no Líbano.
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões no país vizinho. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
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