O conflito em Douradina, que já dura 24 dias, mobilizou o debate hoje na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Doze indígenas ficaram feridos em confronto e segundo o deputado estadual Pedro Kemp (PT), o problema se arrasta e precisa de uma solução definitiva. “Nós não podemos mais assistir a situações como essa. Ataques, incêndios, tiros de borracha, tantas pessoas feridas. Parece que não temos leis, nem Segurança Pública. As pessoas ficam vulneráveis. Há mais de 20 anos eu debato esse assunto nessa Casa. Quem teve oportunidade de assistir aos vídeos do que está acontecendo em Douradina, mas também em Caarapó e região, fica estarrecido com o verdadeiro bang bang e a Força Nacional parece que se retirou”.
A área em disputa, de pouco mais de 12 mil hectares, foi delimitada pela Funai em 2011, mas ainda não demarcada devido a processos judiciais. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve na área. “Hoje a tese da indenização é bastante pacificada. Aqui em Mato Grosso do Sul as terras indígenas foram tituladas pelo Governo. Então o Estado não deve cometer outra injustiça. É preciso que se reconheça e garanta o direito das duas partes envolvidas. Considero que há uma omissão muito grande em se resolver essas questões. Enquanto não houver uma proposta clara, não vamos pacificar. É preciso retomar a mesa de negociação”.
“Ocupem os espaços!” – Durante a sessão hoje, acadêmicos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), acompanharam os debates e apresentaram uma carta com as suas reivindicações.
“Muito obrigado à professora Maysa Ferreira, da FAIND (Faculdade Intercultural Indígena), que hoje junto com as acadêmicas e acadêmicos da UFGD, deram aula de cidadania e ocuparam a Casa de Leis! É isso ai, pessoal! É muito importante a presença de vocês! Ocupem os espaços e juntos caminhamos na defesa de todos os povos indígenas!”.
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